sábado, 8 de dezembro de 2007

A sexualidade na Adolescência

A sexualidade acompanha-nos desde a infância e sofre modificações ao longo de toda a nossa vida. Durante a adolescência a sexualidade modifica-se, apresentando características que são únicas e diferentes de todas as outras fases da vida. Na adolescência surge o primeiro amor, intensifica-se o conhecimento do próprio corpo e do corpo do outro e multiplicam-se novas experiências vividas com extrema intensidade. Apesar de estar relacionada com factores muito positivos para o desenvolvimento psicológico do adolescente, a sexualidade na adolescência não está livre de perigos.

Hoje em dia os adolescentes obtêm facilmente informação sobre os mais diversos assuntos. Ao contrário do tabu que existia há algumas décadas atrás à volta de temas como a sexualidade, actualmente não é difícil encontrar formas de obter conhecimentos sobre esta temática, nomeadamente sobre os riscos que acarretam o sexo não protegido. O facto de terem actualmente muita facilidade em obter informação não garante que as suas escolhas sejam as mais adequadas. Muitos adolescentes iniciam a vida sexual demasiado cedo, não utilizam o preservativo, contraem IST e engravidam.

A idade cada vez mais precoce das primeiras experiências sexuais, associada à idade cada vez mais tardia do primeiro relacionamento longo e estável alargou o período de relações sexuais instáveis e aumentou a proliferação de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis). As IST podem ser bacterianas (gonorreia ou clamídia) ou virais (herpes genital ou VIH/SIDA) e são cada vez mais diversificadas e graves, constituindo uma ameaça não só à fertilidade como também à própria vida. Os adolescentes são um alvo preferencial, dada a sua vulnerabilidade biológica e psíquica. Do ponto de vista biológico destaca-se a fragilidade do epitélio do colo do útero, que o torna mais permeável a infecções, comparado com um útero mais maduro. A vulnerabilidade psíquica traduz-se na procura da identidade sexual própria desta faixa etária, com tendência para a experimentação e multiplicidade de parceiros. A gravidez na adolescência permanece uma realidade difícil de combater, que implica muitas vezes consequências negativas para a mãe e para o bebé. Para uma adolescente, uma gravidez indesejada pode significar a interrupção de muitos projectos. Para a criança está habitualmente reservado um ambiente pouco estimulante, possíveis condições de saúde deficitárias, problemas de comportamento e probabilidade de ser também no futuro uma mãe adolescente.

A aprendizagem sobre a escolha de uma sexualidade saudável requer uma intervenção urgente e eficaz. A educação sexual pode contribuir para ajudar os adolescentes a tomarem decisões mais adequadas. Alguns estudos demonstram que a educação sexual e o aconselhamento sobre a sexualidade estão associados a uma maior utilização de contraceptivos e preservativos, menor número de parceiros, início mais tardio da vida sexual, menor probabilidade de gravidez precoce, maior conhecimento sobre fertilidade e prevenção de IST.A adolescência é uma fase complexa, que implica na maior parte dos casos novas experiências e novos riscos.

A gravidez na adolescência e as IST são problemas graves a combater e a adolescência é uma faixa etária privilegiada para a implementação de programas de promoção da saúde que englobem estas áreas. A promoção da saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes é um importante contributo para a sua formação pessoal e social e a sensibilização para a importância da educação sexual como meio de promoção da saúde deve dar origem a modelos de intervenção para as escolas e centros de saúde, permitindo que se consiga promover a saúde dos adolescentes.

Sónia Pereira

Nota: Este artigo foi publicado no http://www.portaljunior.com

1 comentário:

Anónimo disse...

bem,eu sou uma agente comunitaria de saude e me preocupo com os jovens faço educaçao em saude na area e nas escolas.Existe um projeto na minha cidade que se chama SPE Saude e Educaçao nas Escolas,jovens falando para jovens.Paudalho PE.